Cesta básica custa nove salários mínimos nacional

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O preço de uma cesta básica no mercado informal custa nove vezes mais do que o salário mínimo nacional, de 32.181 Kz, segundo cálculos feitos pelo Expansão com base na cesta básica definida pela UNTA – União Nacional dos Sindicatos Angolanos.

Esta cesta básica é composta por dezasseis produtos, nomeadamente arroz, feijão, carne, trigo, leite, batata, sal, açúcar, massa alimentar, óleo alimentar, peixe, coxa de frango, fuba de bombó e de milho, tomate e cebola, e é definido para um consumo mensal de uma família de seis membros.

Um levantamento de preços feito no mercado informal do Asa Branca, detectou que uma cesta básica com a quantidade necessária para suprir as necessidades de uma família de seis membros, à qual incluiu ainda sabão, ronda actualmente os 289.100 Kz.

Assim, nenhum dos três salários mínimos – de 32.181 Kz para o sector da agricultura, de 40.226 para os sectores dos transportes, serviços e indústria transformadora, e de 48.272 Kz para o comércio e indústria extractiva – permite aos angolanos uma alimentação digna e que cumpra as recomendações da Organização Mundial de Saúde que aponta a um consumo mínimo diário de 2.500 calorias diárias por cada pessoa.

E nem mesmo os salários mínimos que o Governo pretende propor agora no âmbito das negociações com a concertação social, que aponta a um mínimo de 50 mil Kz para as microempresas, de 60 mil Kz para pequenas empresas, de 70 mil para médias empresas e de 100 mil Kz para grandes empresas vai conseguir suportar os custos para suprir as necessidades alimentares, às quais se juntarão outras despesas básicas como transportes e habitação, ou água e luz.

E se esses valores não chegam para comprar esses bens alimentares nos mercados informais, nos supermercados de Luanda a situação é pior. Numa ronda feita pelo Expansão, num supermercado da rede Maxi foi possível apurar que os preços de uma cesta básica semelhante à do mercado informal nunca fica abaixo dos 408 mil Kz.

São os efeitos da alta inflação do País que nunca é compensada por actualizações salariais que visem combater a perda de poder de compra. Só para se ter uma ideia, a inflação em 2023 foi superior a 20% e o Governo aumentou em apenas 5% os salários da função pública.

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