Ministra da Educação ORDENA desconto aos professores grevistas

0

A Ministra da Educação, Luísa Grilo, pediu, na semana passada, aos governadores províncias para ordenarem os directores da educação a efectuarem descontos das faltas dos professores que aderiram à greve em Março último. As centrais sindicais consideram a atitude como questão “não apenas legal, mas de intolerância”.

Numa circular datada de 3 de Abril, que chegou hoje à redacção do ZN, Luisa Grilo pede aos governadores “no sentido de orientar os directores provinciais da educação para que procedam o desconto das faltas aos professores que tenham aderido á greve, devendo os descontos estarem reflectidos nas folhas de salário do mês de Abril.”

No documento, a ministra reconhece que a greve é “um direito regulado na Lei nº 23/91 de 15 de Junho”, mas “um dos seus efeitos é a suspensão do pagamento dos salários aos trabalhadores em greve”, lembrou.

Em reacção, o porta-voz das centrais sindicais, Teixeira Cândido, disse ao nosso diário que, para as centrais sindicais o que está em causa “não é uma questão apenas legal”, mas “um exercício de intolerância, desmobilização dos trabalhadores e, em última instância, um exercício que visa colocar os trabalhadores contra os líderes sindicais”, disse, reforçando que “não está em causa apenas um mero exercício de aplicação da lei”.

O sindicalista lembrou que, em Março, os enfermeiros e médicos que aderiram à greve sofreram descontos. O presidente do Sindicato da Ordem dos Médicos, por exemplo, disse que lhe foram retirados 54 mil kwanzas, e encorajou os colegas que os “sacrifícios” são importantes.

“O Governo de Angola está-nos a empurrar para a indigência, para a pobreza, a influenciar negativamente para que as mulheres enveredem para a prostituição para sobreviverem”, criticou.

About The Author

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *