Tempestade solar mostra necessidade de previsões meteorológicas espaciais

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Por: Maya Correia

Imagem: DR

O recente aparecimento da tempestade geomagnética será um dos temas tratados na próxima reunião do Conselho Executivo da Organização Meteorológica Mundial, OMM, em Junho deste ano.

Considerada uma das maiores em décadas, esta tempestade, que gerou um espectacular show de luzes nos céus de todo o mundo, destacou a importância das previsões de eventos climáticos espaciais potencialmente disruptivos, cientificamente explicados por:

Avistamento incomum de auroras

De 10 a 14 de Maio, as auroras, que são tipicamente vistas nas áreas polares, puderam ser avistadas em latitudes excepcionalmente baixas. “Avistamentos espetaculares de auroras boreais, que ocorrem no hemisfério norte, foram observados da Flórida, Itália e Espanha, e auroras austrais, típicas no hemisfério sul, foram relatadas até o norte de Queensland, na Austrália”.

Este foi o resultado de uma tempestade geomagnética extrema, a categoria mais alta de todas, de uma série de ejecções de massa coronal, que são como nuvens de material de plasma que são expelidas do sol com alta velocidade para o espaço interplanetário. Essas nuvens de plasma carregam um campo magnético que interage com o campo magnético da Terra.

Embora as auroras sejam um espectáculo impressionante, as tempestades geomagnéticas também têm impactos potencialmente perturbadores, como o estresse que podem impor à rede eléctrica devido a correntes induzidas nas linhas de energia e possíveis impactos nas comunicações e operações de satélites.

Eventos solares cada vez mais frequentes

A última tempestade geomagnética foi resultado de uma elevada actividade solar. As chamadas regiões activas, que concentram o fluxo magnético na superfície solar, lançaram na última semana várias explosões de emissão de ondas eletromagnéticas. 

Essas explosões impactam a ionosfera terrestre causando apagões de rádio no lado da Terra iluminado pelo sol, e podem resultar em perturbações ou interrupções dos serviços de navegação por satélite.

O cientista do Programa Espacial da OMM, Jesse Andries, disse que “esses eventos solares acontecem regularmente, com sua taxa de ocorrência seguindo um ciclo de onze anos associado à inversão do campo magnético solar geral a cada onze anos”.
Segundo ele, “estamos a aproximarmo-nos do ponto máximo do ciclo actual, com eventos solares ocorrendo com mais frequência”. 

O especialista afirmou que embora os eventos solares apareçam regularmente, “esta recente tempestade geomagnética é certamente uma das maiores em várias décadas”.

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