“Temos muitos jornalistas a cometerem falhas e atentados ao código de ética que juraram respeitar” — Maria Luísa Rogério
Por: Câmia Cambanda
Imagem: FMJ
Actualmente com mais de três mil e 500 inscritos, um dos principais desafios da Comissão de Carteira e Ética é conseguir que o jornalista que exerça a profissão seja devidamente habilitado.
Nos termos da lei não é recomendável que os jornalistas exerçam a profissão sem a carteira e, deste este ponto de vista, a “batata quente” está nas mãos da Comissão de Carteira e Ética, a quem cabe a aplicação, funcionamento, defesa e monetização dos comportamentos dos jornalistas.
A Presidente da Comissão de Carteira e Ética, Maria Luísa Rogério, conversou com o ZN Notícias sobre algumas das principais preocupações que envolvem a sua instituição.
Como é que foi o processo de criação da Comissão de Carteira e Ética?
Nós começamos a criar a comissão sem muitas opções. Não tínhamos ainda a instalação concluída, fomos nos adaptando às condições para trabalharmos.
O que poderá marcar a sua passagem na instituição?
A marca que eu e o grupo gostaríamos de deixar é a referência de um bom trabalho, sermos excelentes para que os próximos possam seguir com a mesma dinâmica.
Sobre a carteira profissional de jornalistas, qual é a situação actual?
Actualmente ainda existem colegas a exercerem a função sem carteira, daí que surge o nosso trabalho. Temos muitos jornalistas a cometerem falhas e atentados ao código de ética e deontologia que os mesmos profissionais juraram respeitar.
A CCE tem recebido denúncias sobre atropelo a ética e deontologia?
Temos recebido várias denúncias de atropelos à ética e à deontologia.. muitas violações, incompatibilidade com a profissão. Temos também denúncias de más práticas ao jornalismo.
Qual tem sido o posicionamento da CCE diante destas situações?
Perante estas situações nós, a Comissão, temos o papel de reagir de acordo com a lei e regulamentos da CCE. Ouvimos a pessoa, o contraditório e de seguida aplica-se a sanção, dependendo do caso em função do que prevê a lei.
Quantos jornalistas estão inscritos e quantos exercem a profissão actualmente?
Nesta altura temos aproximadamente 3 500 jornalistas inscritos. Até o início do ano passado tínhamos 123, mas surgiram novos estagiários e temos também iniciantes.