Carnegie Corporation financia 2ª fase do projecto ‘Demografia do corpo docente africano’

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O projecto ‘Demografia do Corpo Docente Africano (DAF EAC)’, iniciativa financiada pela Carnegie Corporation of New York, entrou para a sua segunda fase e visa, entre outros, melhorar a cultura de gestão de dados para o planeamento do corpo docente na Comunidade da África Oriental e preencher lacunas detectadas na fase experimental do projecto, de acordo com um comunicado conjunto de todos os parceiros do projecto.

A nota que anuncia o lançamento da segunda fase do Projecto avança que, com base nas evidências recolhidas durante a fase inaugural (2021-2023), esta fase aborda as lacunas de dados e incorpora as lições aprendidas com a fase piloto, realizada no Gana em 2018, esta última financiada pela Mastercard Foundation e pela Dubai Cares.

Segundo ainda os coordenadores do projecto, a Fase 1 do projecto DAF EAC identificou “lacunas significativas” de dados a nível institucional, nacional e regional, revelando dados fragmentados e inconsistentes do corpo docente nas instituições de ensino superior (IES).

Assim, os coordenadores concluíram que, no Burundi, por exemplo, e de acordo com as projecções do modelo DAF, a Universidade do Burundi precisaria de um corpo docente adicional de 1.400 até ao ano 2030, isto é, para colmatar a lacuna (Ano base ano base: 2021).

Por sua vez, no Sudão do Sul, a Universidade de Juba precisaria de um corpo docente adicional de 620 até 2030, para atingir as normas políticas relativas ao rácio alunos/professor (ano de referência: 2021).

As conclusões incluem ainda a República do Uganda. Segundo os coordenadores do Projecto, a Universidade de Makerere precisa de mais 5.800 membros do corpo docente até 2030 para satisfazer o aumento do rácio de matrículas de estudantes (ano de referência: 2019).

Já no Quénia, as projecções indicam que o País necessitará de um corpo docente adicional de 26.000 até 2030 para satisfazer o rácio de alunos do ensino secundário. Isto para se atingir os objectivos do rácio aluno/professor, tendo em conta o crescimento da população (ano de referênciaano:2017).

No Ruanda, por exemplo, as projecções estimam que o País necessitará de um corpo docente adicional de12.600 até 2030 (Ano base: 2021), ao passo que Tanzânia, para atingir as normas políticas relativas ao rácio alunos/professores até 2030, necessita de um corpo docente adicional de 33 300 professores (ano de referência: 2021).

No Burundi, no Quénia, na Tanzânia e no Uganda, a educação foi a disciplina com o rácio aluno/professor mais elevado.

De acordo ainda com a nota a que tivemos acesso, a segunda fase centra-se em colmatar estas lacunas, estabelecendo uma abordagem abrangente para institucionalizar a recolha e a gestão de dados. “Esta abordagem ligará os sistemas de dados das universidades, através de organismos nacionais e do Conselho Inter-Universitário da África Oriental (IUCEA), uma agência intergovernamental regional”, lê-se no comunicado.

Este lançamento, a segunda fase, coincide com a 4ª Conferência Bienal sobre a Catalisação da Transformação Social Sistémica através da Investigação e Inovação, organizada pela Comissão para a Educação Universitária no Quénia, destacando o alinhamento do projecto com os avanços académicos em curso.

O projecto “Demografia do corpo docente africano na Comunidade da África Oriental” é implementado por um consórcio composto pela IUCEA, a Associação de Universidades Africanas (AAU), Educação na África Subsariana (ESSA) e o Population Reference Bureau (PRB).

O projeto DAF EAC fase 2, que decorre de 2023 a 2025, visa desenvolver orientações harmonizadas para a recolha e gestão unificadas de dados na EAC.

Citado no documento, o professor Gaspard Banyankimbona, secretário Executivo da IUCEA, considera que as conclusões da primeira fase do DAF EAC retrataram uma “situação terrível e uma cultura globalmente fraca para a recolha e gestão de dados do ensino superior nos países da EAC”.

“O compromisso de corrigir a situação está alinhado com o mandato da IUCEA de aconselhar os Estados Parceiros em todas as questões do ensino superior e da investigação. A fase 2 deste projecto promoverá e inculcará uma cultura de recolha e gestão de dados sobre o ensino superior através da aplicação de uma abordagem multifacetada. Este projeto promoverá boas práticas e processos, bem como a aplicação de tecnologias emergentes tecnologias emergentes na recolha e gestão de dados do ensino superior”, apontou Gaspard Banyankimbona.

Por seu turno, Olusola Oyewole, secretário-Geral da AAU, observou que a A AAU tem estado envolvida no projecto DAF desde a sua fase piloto no Gana. “Acreditamos firmemente que dados fiáveis e de qualidade são essenciais para a tomada de decisões por parte das instituições de ensino superior africanas e pelas principais partes interessadas, incluindo governos e parceiros de desenvolvimento”, salientou.

De acordo com ainda Olusola Oyewole , através desta fase actual do projecto, pretende-se criar um Grupo de Trabalho sobre Dados do Ensino Superior que trabalhará em estreita colaboração com a equipa do projecto para enfrentar os desafios dos dados na África Oriental, contribuindo simultaneamente para resolver os recolha de dados do ensino superior em todo o continente.

A Carnegie Corporation of New York, que financia esta segunda fase do Projecto, foi criada por Andrew Carnegie em 1911, com o objectivo de promover o avanço e a difusão do conhecimento e da compreensão. Actualmente, a fundação trabalha para reduzir a polarização política através do apoio filantrópico às questões que a Carnegie considerava mais importantes: educação, democracia e paz.

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