Bancos comerciais fecham 2023 com lucros a dispararem 66% para 545,04 mil milhões Kz

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Por: Moisés Tchipalavela

O balanço do agregado de todos os 23 bancos comerciais que operam em Angola registou, de Janeiro a Dezembro do ano passado, um crescimento dos lucros de 66% para 545.049 milhões de kwanzas, de acordo com números do balanço de todos os operadores, compilados pela Deloitte.

A ajudar na subida dos lucros está, entre outros, o crescimento de 261% dos resultados cambiais dos bancos que, no período, totalizaram 452 mil milhões de kwanzas (em 2023), fruto da desvalorização cambial do Kwanza face ao Euro e Dólar norte-americano. Aliás, no período, a depreciação acumulada em 2023, situou-se em 39,2%, com especial destaque para os meses de Maio e Junho.

De acordo ainda com os peritos da Deloitte, a maior consultora global de estudos financeiros e fiscalidade, também contribuiu para o aumento dos resultados líquidos do sector a variação positiva nos resultados de activos e passivos financeiros avaliados ao justo valor, através de resultados, que apresentaram um crescimento de 180 mil milhões de kwanzas (cerca de 449% face a 2022).

Na prática, este incremento é maioritariamente explicado pela mais-valia gerada pela alienação de dívida pública Angolana efectuada pelo BAI, no montante de 115 mil milhões de kwanzas. “Adicionalmente, também é importante destacar o regresso do BPC aos lucros, que após vários anos de prejuízos apresentou um resultado líquido positivo de 116 mil milhões de kwanzas, quando em 2022 tinha apresentado um prejuízo de 120 mil milhões de kwanzas”, escrevem os peritos analista da Deloitte, no estudo ‘Banca em Análise’, edição 2024.

Individualmente, o Banco Angolano de Investimentos (BAI) foi a entidade que mais lucros apresentou no total das 23 instituições. Ou seja, em 2023 verificaram-se algumas alterações no topo da tabela face a 2022, sendo que o BAI assumiu a liderança dos lucros do sector bancário, por troca de posição com o BFA, seguido do BPC, que regressou aos lucros em 2023, do SBA e do BIC, que desceram uma posição face a 2022.

Sozinho, o BAI fez 199.574 milhões de Kwanzas, seguido pelo Banco de Fomento Angola (BFA), que, no período, inscreveu um total de 167.510 milhões de Kwanzas de lucros ao seu balanço. O BPC é a entidade que segue imediatamente, com 115.950 milhões de Kwanzas.

Segundo o a Deloitte, os lucros do BAI assentam maioritariamente na variação na rubrica “Resultados de activos e passivos financeiros avaliados ao justo valor através de resultados” que apresentou um crescimento de 180 mil milhões de kwanzas, o qual é explicado pela mais-valia gerada pela alienação de dívida pública.

A consultora destaca também o BCI, que apresentou um lucro em 2023 de 33.355 milhões de kwanzas, quando em 2021, tinha apresentado um prejuízo de 329 milhões de kwanzas, resultante do crescimento do produto bancário em cerca de 156%, com especial impacto da melhoria da margem financeira e dos resultados cambiais. Trata-se do primeiro registo de resultados líquidos positivos após a privatização do Banco em 2021.

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